10 de setembro de 2009

It’s a Shakespeare, my dear!

É, confere. Um Shakespeare. Com tudo o que isso pode significar, incluindo um Kaliban e uma tendinite.
Fomos brindados com uma manhã de trovoada, mas com uma noite única em Sintra, daquelas em que se podia andar de manga curta, dada a amenidade da temperatura. [amenidade existe? Pois, não sei, mas não faz mal, porque segundo consta EU também não existo].

A pontualidade foi um momento que marcou o evento, com toda a triBUH presente às 21h. Uns no portão de cima, outros no de baixo, mas isso são peru-menores.

A expectativa de quem já tinha sido presenteada com espectáculos Tapa Furos na Quinta dos 1001 Regalos era grande. Espectáculos como A Folia, Sonho duma Noite de Verão, o Hamlet ou o Alquimista, mudam a visão que se tem de um espaço que por si só já é múltiplo e variado e tão cheio de coisas [e há mais coisas no céu e na terra do que na tua vã filosofia].

A Tempestade é sem dúvida um texto incontornável da herança shakespereana; mas consideramos que os Tapa Furos não lhe conseguiram dar a dinâmica a que nos têm habituado enquanto companhia de teatro «carregadinha» de criatividade. A peça foi longa, demasiado longa, e o facto de termos ficado por um só espaço cénico «quebrou» os níveis de atenção e de envolvimentos dos espectadores.

O guarda roupa era extremamente cuidado [JP Gaultier, sem dúvida, pelo cair do tecido], e talvez tenha sido esse jogo de combinações de vestuário que deu mais ênfase à metamorfose da peça [o manto que se transformava em casaco, o chapéu que tanto nos fez lembrar o nosso @arcebispo…]

Os actores estiveram bem, embora o Próspero estivesse um bocadinho igual a tantas outras coisas protagonizadas pelo actor. Os actores estiveram bem, mas já estiveram melhor. Talvez seja ingrato tecer comparações, mas o que é certo é que a fasquia de qualidade a que esta gente boa e criativa nos tem habituado é elevadíssima.

O que fica da noite? Um Kaliban com tendinite [coitado, quem acode o SINHOR?], um travesseiro comido à pressa, um casco que se estava a abrir, uma tosta [há sempre uma tosta…] e a companhia da triBUH. E da pregadeira, claro, pois com certeza, que não pode faltar!

Última nota: o Artur nunca mais organiza nada. Correu tudo mal, não tínhamos bilhetes, tivemos que dar um bro… uma pregadeira em troca da reserva. Um escândalo!

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